30/01/2013
14/01/2013
Por favor... Cativa-me!
Adoro o livro " O Principezinho" de Antoine de Saint-Exupéry. É sem dúvida o meu livro de eleição.
É certo que se trata de um livro infantil publicado em 1943, mas é tão intemporal.
Diz mais verdades por página e de tão simples é para mim o mais belo ao longo dos tempos. Cada vez que o leio é sempre diferente, sempre com mensagens novas.
É certo que se trata de um livro infantil publicado em 1943, mas é tão intemporal.
Diz mais verdades por página e de tão simples é para mim o mais belo ao longo dos tempos. Cada vez que o leio é sempre diferente, sempre com mensagens novas.
Aqui fica um excerto simplesmente delicioso:
“- Por favor… Cativa-me! Disse ela.
- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- Nos só conhecemos bem as coisas que cativamos, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer alguma coisa. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não tem amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
- Que e preciso fazer? Perguntou o principezinho.
- E preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem e uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia te sentarás mais perto…
No dia seguinte o principezinho voltou.
- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, as quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. As quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração… É preciso rituais.
- O que é um ritual? Perguntou o principezinho.
- E uma coisa muito esquecida também, disse a raposa. É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas.
Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
- Ah! Eu vou chorar.
- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não te queria fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse…
- Quis, disse a raposa.
- Mas tu vais chorar! Disse o principezinho.
- Vou, disse a raposa.
- Então, não ganhaste nada!
- Eu ganho, disse a raposa, por causa da cor do trigo.
(…)
- Adeus, disse ele…
- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.
- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.
- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa… repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu tornas-te eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa…
- Eu sou responsável pela minha rosa… repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.”
in “O Principezinho” Antoine de Saint-Exupéry
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